Confira o que é mito e o que é verdade sobre esta importante aliada do público feminino. Prevenir-se com informação ainda é um dos mais poderosos métodos contraceptivos.
01. A pílula compromete a libido da mulher
Esta afirmação aplica-se sim a algumas mulheres, segundo os especialistas. No entanto, independe da composição da pílula e está associado a fatores psicológicos e da sensibilidade da mulher.
Isso fica mais claro a partir de um maior entendimento sobre a ação da pílula no organismo. A ginecologista Flavia explica que as pílulas são compostas do estrogênio e progesterona sintéticos, que são hormônios femininos.
A mulher que não usa nenhum tipo de anticoncepcional produz todos os meses naturalmente o estrogênio, a progesterona e, em uma quantidade menor, o androgênio (hormônio masculino). “Em algumas mulheres, o organismo entende que está recebendo todos estes hormônios via pílula, então para de produzir naturalmente. No entanto, acaba sentindo falta deste hormônio masculino, que é o grande responsável pela libido feminina”, completa.
Vale lembrar só um médico pode avaliar a influência da pílula nesta questão. “A mulher que perceber este tipo de mudança deve procurar seu ginecologista para, eventualmente, trocar a via de administração, usando os mesmos métodos hormonais por adesivo ou anel vaginal. A via oral é a que mais dá efeito negativo”, afirma a especialista.
02. A pílula traz alteração de humor
De acordo com a ginecologista Flavia, a pílula anticoncepcional muda sim o humor – mas para o bem. “É fato que a pílula é um excelente tratamento para a Tensão Pré-Menstrual (TPM). Pesquisas mostram que, via de regra, elas melhoram o humor da mulher ou deixam estável neste período”, conclui.
03. Pílula engorda
As bulas de grande parte das pílulas anticoncepcionais disponível nas gôndolas alertam que é possível observar alguma oscilação de peso, explica Flavia. No entanto, a maioria das marcas utilizadas atualmente apresenta baixa dosagem hormonal, o que significa que os casos de mulheres que ganham peso por este motivo são poucos. “Não é uma regra, a maioria das mulheres não engorda e existe até uma minoria que emagrece. Mas algumas apresentam certo inchaço. Quem engordar muito rápido, por exemplo, ganhar cinco quilos em dois meses, sem nenhuma alteração aparente de rotina, deve procurar o médico para mudar a medicação”, pontua a ginecologista.
04. Emendar duas cartelas compromete a fertilidade
A maioria das mulheres acredita que tomar pílulas de forma contínua, evitando assim a menstruação, pode “bagunçar” o organismo e trazer problemas quando o desejo de ser mãe aparecer. “Não existe risco nenhum associado a essa prática. As pílulas são de baixíssima dose. A única recomendação para estas mulheres é que visitem o ginecologista semestralmente”, explica a ginecologista Karina.
05. Pílula causa varizes
De acordo com Karina, se esta pergunta for feita para um médico vascular, provavelmente ele dirá que a informação procede. No entanto, muitos ginecologistas concordam que essa afirmação não passa de um mito. “As varizes estão relacionadas a altas doses hormonais, e os remédios de hoje apresentam baixas doses. O que conta mais é a genética; a paciente que tem varizes no seu histórico familiar tende a apresentar mais facilmente este tipo de problema.”
06. Pílula aumenta a celulite
“Isso é uma novela”, indica a ginecologista Flavia, reforçando que muitas mulheres acabam associando o uso da pílula ao aparecimento das tão temidas celulites. Ela explica que isso só acontece se o remédio escolhido contribuir com a retenção de líquido. “Isso ocorre apenas quando a mulher apresenta predisposição genética pra tal. Quem começa a inchar muito por causa da pílula e já tem tendência para celulite, o quadro pode piorar”, ressalta. Caso note uma sensação de inchaço maior decorrente do uso da pílula, a recomendação é procurar um ginecologista para que juntos busquem outra alternativa.
07. Pílula causa acne
A ginecologista Flavia explica que, no quesito “espinhas”, a pílula pode exercer dois papeis distintos. As mulheres que têm excesso de hormônio masculino tendem a ter mais espinhas. Logo, os hormônios presentes na pílula ajudam a equilibrar este quadro e servem até como um tratamento, diminuindo a oleosidade e a acne. “Já para as mulheres que não tem excesso deste hormônio, as substâncias presentes na pílula podem desencadear um efeito de acne, dependendo da composição do remédio”, explica.
08. O uso da pílula do dia seguinte pode interferir na fertilidade feminina
A ginecologista Karina explica que, em longo prazo, o uso da pílula do dia seguinte não pode comprometer a fertilidade. No entanto, ela alerta que este tipo de medicação é baseado em dosagens hormonais extremamente altas, por isso, o consumo frequente não é indicado. “O uso deste tipo de medicação está associado a outros riscos como trombose, a diminuição da libido e até a probabilidade de alguns tipos de câncer, caso a mulher já tenha alguma predisposição genética.”
Ela reforça que, além disso, a pílula do dia seguinte só evita gravidez, não exercendo nenhum papel contra as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST).
09. Toda mulher pode usar qualquer tipo de anticoncepcional
Aquele velho hábito de começar a tomar uma pílula que teve um efeito “incrível” em uma amiga é um fato dentro dos consultórios, segundo as especialistas ouvidas. Mas essa afirmação não passa de um mito: “antes de o ginecologista receitar um anticoncepcional, ele investiga uma série de fatores como doenças, remédios habituais e histórico familiar. Tudo isso vai influenciar na decisão”, reforça Flavia, contrariando a ideia de que a automedicação é aceitável no caso das pílulas anticoncepcionais.
10. Pílulas contraceptivas de baixa dosagem hormonal são menos eficazes
Este também é um mito, segundo informa a ginecologista Karina. “Os estudos evoluíram e nós conseguimos descobrir a menor dosagem de hormônio suficiente para bloquear a ovulação. Justamente as pílulas que têm a dosagem maior são as que geralmente trazem os efeitos colaterais”, reforça.
11. É possível tomar duas pílulas de uma vez, no caso de esquecimento
A ginecologista Karina avisa que esta crença não tem fundamento. Além disso, o efeito da pílula é comprometido caso isso se torne um hábito. “Nestes casos, a mulher pode tomar outra pílula em até 12h depois do esquecimento. Passando disso, não adianta nada tomar, não fará efeito algum”, explica.
No entanto, a especialista conforta as “esquecidinhas”: “se ela esquecer de tomar uma única pílula, não tem o risco real de engravidar, exceto no caso das meninas mais jovens, que estão muito férteis. Em todo caso, aconselhamos que, a partir do esquecimento, ela use a camisinha até que termine a cartela, apenas por excesso de zelo”, pontua.
12. A variação de horário compromete o efeito da pílula
Às mulheres que perdem a hora da medicação com frequência, um aviso: é bom comprar um relógio. “Se isso se tornar frequente, a pílula pode perder a eficácia, pois dia sim dia não o corpo estará sem a cobertura de hormônio”, explica Karina.
Ela reforça que o remédio tem um efeito no corpo que geralmente dura até a próxima dose, logo, se a variação de horário for muito grande, a mulher acaba ficando desprotegida por algumas horas.
13. Pílula diminui a cólica menstrual
Essa afirmação é verdadeira. “A pílula é um excelente meio para controle de cólica menstrual”, indica Flavia. “Quem tem endometriose, por exemplo, que é caracterizada por muita cólica menstrual, um dos tratamentos de primeira linha indicados é o uso de pílula anticoncepcional”, ressalta. A profissional explica que a pílula diminui a liberação de substâncias inflamatórias que causam a cólica durante o período menstrual.
14. Alguns remédios podem anular o efeito do anticoncepcional
De acordo com a ginecologista Flavia, essa afirmação é verdadeira, especialmente no caso dos antibióticos. “Os remédios são metabolizados juntos no fígado. Então, se o organismo tiver que escolher um dos dois pra metabolizar, ele vai priorizar o antibiótico”, explica.
Os antidepressivos também merecem atenção especial. “Quem vai iniciar o uso deste tipo de medicação deve avisar o psiquiatra para ele prescreva algo adequado”.
A camisinha nunca é dispensável e se faz ainda mais importante para as mulheres que estão fazendo uso de alguma medicação.
15. O abuso de álcool compromete a atuação do anticoncepcional
Assim como no caso dos remédios, o álcool também compete com a pílula no organismo, o que pode prejudicar a eficácia da pílula. “O fígado quer se livrar logo do álcool, então, tenta metabolizar logo para expelir. Por isso, o excesso de álcool pode inibir a atuação do anticoncepcional”, explica Flavia.
16. Quem usa pílula tem menos chance de ter mioma do útero
A ginecologista Karina afirma que isso não passa de um mito. Ela explica que a crença nasceu porque o mioma é uma doença benigna que se alimenta de hormônios produzidos no próprio corpo, e a pílula de baixa dose poderia ter alguma relação benéfica neste caso. “Mas o mioma está diretamente relacionado à nossa pré-disposição genética. Você tomar pílula não confere nenhum tipo de proteção, porque se é um fator genético, você vai desenvolvê-lo de qualquer jeito, em algum momento da sua vida”, observa.
17. Mulheres que usam pílula têm maior risco de câncer de mama e de colo de útero
O risco de câncer de mama potencializado pelo uso de pílula está associado somente às mulheres que iniciam o uso de pílulas antes dos 16 anos. “Essa idade é quando o tecido mamário ainda está em desenvolvimento. Neste caso, ela pode sim ter um risco aumentado, mas ainda assim é bem pequeno”, afirma Flavia. A especialista reforça que, para as mulheres que começaram a tomar a pílula depois dessa idade o risco se iguala ao da população geral.
No caso do câncer do colo de útero, o risco é indireto. “Essa crença existe porque a maioria das usuárias de pílulas não usa camisinha. Em contrapartida, ficam mais expostas ao HPV, que é o grande vilão do câncer do colo de útero”, explica a ginecologista.
18. Tomar uma pílula por muito tempo, da mesma marca, diminui o efeito
“Mito”, dispara a ginecologista Karina. “Se a mulher estiver bem adaptada com a medicação, sem efeitos colaterais, apresentando somente benefícios, não tem porque trocar. A gente costuma brincar no consultório, dizendo que ‘em time que está ganhando não se mexe’”, afirma.
Ela explica que o mito vem dos antibióticos, que antigamente eram comprados indiscriminadamente nas farmácias para qualquer dorzinha. “Quando a pessoa de fato precisava do antibiótico, a bactéria já tinha criado resistência e aí não adiantava mais. Então, para os antibióticos, isso é sim uma verdade. Mas para controles hormonais a absorção é completamente diferente”, pontua.
19. Mulheres que acabaram de entrar na menopausa não precisam mais da pílula
“Para efeito de anticoncepção, de fato ela não precisa mais da pílula”, afirma Karina. Contudo, essa decisão exige cuidado, uma vez que é difícil afirmar, com certeza, a data da última menstruação da vida. “Para que uma mulher seja considerada menopausada, ela precisa apresentar ao menos 12 meses sem menstruação”.
A especialista indica que, como a gestação depois dos 44 anos é rara (segundo a profissional, a estatística é de quatro mulheres em mil), muitas abrem mão da pílula a essa altura da vida. Como precaução, seu uso ainda é recomendado dentro deste último ano de ciclo menstrual.
20. Pílula ajuda a proteger a saúde dos ossos
Segundo a ginecologista Karina, para algumas situações e em longo prazo essa afirmação pode ser verdade. “Algumas pacientes, quando jovens, têm alguns hormônios alterados e ficam muito tempo sem menstruar. Nestes casos, ela pode ter um risco elevado de osteoporose. As mulheres que têm a síndrome do ovário policístico também têm uma tendência maior a osteoporose, porque têm essa disfunção hormonal. A pílula passa a corrigir esta deficiência de modo que, lá na frente, ela possa ter um beneficio.
21. A pílula anticoncepcional pode proteger contra (DST)
De acordo com Karina, é muito comum as mulheres acreditarem que a pílula anticoncepcional também tem o poder de prevenir contra as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST). “É um mito, pois o anticoncepcional única e exclusivamente nos protege contra a gravidez. Contra a DST, a única forma de prevenção ainda é o preservativo”, pontua.
22. Mulheres que tomam pílula demoram mais para engravidar quando param
Este é um mito bem disseminado entre as mulheres, mas a ginecologista Flavia afirma que a afirmação não tem fundamento. “No momento que você parar de tomar o anticoncepcional, imediatamente volta a ovular. Se você não tem outro fator que explique a dificuldade para engravidar, vai estar com a fertilidade normal no mês seguinte”, reforça.
A especialista explica que essa história começou a surgir depois que as mulheres passaram a engravidar mais tarde. “Muitas mulheres tomam o anticoncepcional até os 30 e poucos anos, aí param nessa idade e acabam culpando a pílula, quando o que está pesando é o fator idade. A prova disso são as adolescentes, que estão no auge da fertilidade: se esquecem por apenas um dia, engravidam”, observa.
23. A pílula diminui o fluxo menstrual
De acordo com a ginecologista Karina, essa afirmação está correta. Ela explica que o organismo da mulher que não toma pílula se prepara todo mês para engravidar. “Neste caso, a parte interna do útero fica pronta para receber um bebê, então o sangramento é maior.” Por outro lado, quem está habituada a tomar pílula bloqueia a ovulação mensalmente, diminuindo assim o fluxo menstrual.
24. Trocar a pílula com frequência pode aumentar o risco de gravidez
Neste caso, quem corre maior risco são as mulheres que estão em seus períodos mais férteis, que ocorre na adolescência. Mas a ginecologista Karina avisa que é preciso cautela antes de sair trocando de anticoncepcional, porque nem sempre a eficácia é comprovada de imediato. “É preciso ter um pouco de paciência e tentar a mesma pílula por pelo menos três meses. Se os efeitos colaterais continuarem os mesmos depois desse período, aí sim há a indicação de troca”, explicou.
De acordo com as informações que a paciente levar para o consultório, o ginecologista pode então mexer na combinação hormonal. “O risco está no fato da mulher mudar a medicação por conta própria, porque ela não sabe o que está alterando.”
A profissional reitera que a adaptação é algo individual. “É muito importante frisar que é preciso estar bem adaptada ao método antes de parar de se preocupar com o preservativo”, conclui.
25. O anticoncepcional é contraindicado para mulheres fumantes
As especialistas são unanimes em afirmar que cigarro e pílulas anticoncepcionais não combinam e que essa afirmação é baseada em dados científicos. “Essa combinação pode aumentar em oito vezes o risco de trombose em quem já tem pré-disposição para a doença”, indica Karina.
Segundo a ginecologista Flavia, “o risco fica ainda maior para mulher que tem mais de 35 anos, pois o cigarro traz danos para as artérias”.
*fonte: www.terra.com.br
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