Com entrada em vigor da proibição a produtos de beleza experimentados em animais, bloco tenta pressionar parceiros comerciais a fazerem o mesmo. Ativistas aplaudem, mas criticam brechas na lei e pedem banimento global.
Entrou em vigor nesta quinta-feira, dia 11, na União
Europeia, uma proibição completa da comercialização de produtos
cosméticos desenvolvidos a partir de testes em animais, mesmo que tenham
sido fabricados fora do bloco.
Testes do tipo já são proibidos na UE desde 2009. Com a
nova legislação, busca-se, ainda que de forma indireta, fazer com que
seus parceiros comerciais sigam o mesmo caminho. Ativistas tratam a
medida europeia como um marco, mas dizem que o objetivo principal ainda
não foi alcançado: o banimento global desse tipo de experimento.
Outro ponto criticado é que a proibição se aplica apenas
ao campo dos cosméticos. Quando um ingrediente é utilizado em outros
produtos, como de limpeza, por exemplo, ele muda de categoria para
substância química. "A indústria de cosméticos ainda pode utilizar o
ingrediente, já que claramente ele não foi testado em animais para fins
puramente cosméticos", afirma, por sua vez, Irmela Ruhdel.
Há também uma série de exceções. Os testes em animais
podem ser realizados caso aprovados pela Comissão Europeia, quando, por
exemplo, há um ingrediente importante que não pode ser substituído e
haja a preocupação que ele possa ser prejudicial. Isso se aplica
principalmente a substâncias que possam causar câncer ou esterilidade.
Falta de métodos alternativos
Na busca por métodos alternativos, a própria indústria dos cosméticos decidiu parar, desde 1989, com o teste de produtos finais em animais. No entanto, o desenvolvimento de métodos alternativos não foi completado, e mais pesquisas ainda precisam ser realizadas.
Na busca por métodos alternativos, a própria indústria dos cosméticos decidiu parar, desde 1989, com o teste de produtos finais em animais. No entanto, o desenvolvimento de métodos alternativos não foi completado, e mais pesquisas ainda precisam ser realizadas.
Ativistas dos direitos dos animais sabem que novos
métodos de teste ainda precisam ser desenvolvidos. No entanto, Bitz
reclama da falta de comprometimento da indústria. Outro ponto é o
investimento disponível. Se mais verbas de impostos fossem colocadas
nessas áreas de pesquisa, afirmam ativistas, o avanço seria mais rápido e
visível.
Se os ingredientes são testados em animais, é um risco
incalculável a aplicação dos resultados em seres humanos, alega Bitz.
"Você não tem como saber se uma pessoa aleatória vai reagir de forma
diferente", afirma. Ela apoia a pesquisa de células em laboratório, os
chamados testes in vitro.
Só na União Europeia, cerca de 12 milhões de animais são
utilizados anualmente para fins científicos. No entanto, nos últimos
anos, a participação da indústria dos cosméticos foi relativamente
baixa: cerca de dois mil animais por ano (0,02%).
Dessa maneira, a indústria de cosméticos pode até ser a
força motriz para o desenvolvimento de métodos alternativos, diz Irmela
Ruhdel: "Esses métodos alternativos que não utilizam animais também
podem ser usados para o teste de drogas e produtos químicos, o que
diminuiria o teste com animais também em outras áreas".
A proibição de testes em animais para a indústria de
cosméticos ainda é pouco, lamenta Bitz. "Nosso principal objetivo é o
fim de todos os experimentos com animais". Isso, no entanto, será algo
de difícil implementação política. Experimentos com animais ainda são
parte essencial de pesquisas médicas.
*fonte: http://noticias.terra.com.br
PARA SABER QUAIS EMPRESAS NACIONAIS NÃO TESTAM EM ANIMAIS CONSULTE O PEA: www.pea.org.br